Teatro - As aventuras do Fusca a vela


A inusitada montagem do Grupo Ueba se passa em torno de um ferro velho, onde dois personagens se encontram em uma situação singular, confundindo realidade com fantasia. O velho Ismael conta e experimenta sua história através do seu fusca, transformando o carro em uma embarcação, conduzindo o espectador a viajar com seus devaneios. Delírios de um homem experiente que viu de perto a fúria de uma vingança. O jovem Jonas, nome inspirado no profeta Jonas que foi engolido pela baleia, entra na história ao jogar uma bola contra o fusca e assim chamar a atenção do velho Ismael.

O espetáculo, assim como o livro, pode ser definido como “uma extraordinária metáfora da condição humana”, pois aborda as obsessões de cada um, o quanto comportamentos extremistas interferem na vida das pessoas. A peça é leve, divertida e ao mesmo tempo com forte carga dramática, explorando as nuances destes sentimentos.

Dois performers dão suporte ao espetáculo, revelando a ludicidade e fantasia no olhar dos personagens principais, conduzindo o público a viajar com eles nesta trama. Eles serão portadores de elementos como bonecos, sereias, tubarões, entre outros, e ainda atuam como personagens complementares, de forma versátil.

A equipe conta com renomados nomes em suas áreas de atuação, como Luciano Wieser, Márcio Silveira, Projeto CCOMA, Gnatta Guimicks, Atelier Raquel Cappelletto. Além da experiência já adquirida por Jonas Piccoli na direção e dramaturgia do Grupo Ueba, que potencializa a atuação do elenco do espetáculo, em contar a história nestas duas camadas de significação.



A utilização do fusca visa transformar e inquietar o transeunte que desavisado se dá conta de um “novo” objeto instalado em meio ao cenário urbano em que ele está acostumado. O cenário por si só já terá a ideia de instalação urbana, com a mescla do seu visual.

O fusca funciona como cenário base e possibilita atuação sobre o teto, nas partes internas e ao seu redor. Ao inicio da apresentação o fusca não estará com o mastro montado, apenas com a plataforma superior. Com o andar das cenas, em um momento auge da narrativa os personagens conduzirão o público na sua aventura, içando as velas puídas do tempo e transformando o fusca num veleiro. E por fim volta a se transformar na monstruosa Moby Dick.

Além dois figurinos “steanpunk”, o trabalho também mescla atuação com formas animadas e bonecos, como sereias e tubarões.




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